
Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres
Hoje assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, visando denunciar todas as formas de violência a que as mulheres estão sujeitas na generalidade dos países. Para assinalar este dia foi lançada a campanha #PortugalContraAViolência.
A campanha reforça a vigilância contra a violência doméstica e alerta para os impactos deste crime não só nas mulheres, mas também nas crianças, sendo divulgada em vários órgãos de comunicação social de âmbito nacional, regional e local, salas de cinema, meios de transporte, postos de combustíveis, hipermercados e rede de multibancos,. O objetivo, num momento em que também os constrangimentos impostos pela pandemia COVID 19 provocaram desafios acrescidos, é consolidar o sentido de responsabilidade coletiva, transmitir confiança a cada mulher, na sua luta, e à sociedade em geral, no combate a este crime, bem como divulgar as respostas e mecanismos de apoio às vítimas.
A violência contra as mulheres tem sido desde sempre um problema estrutural, intimamente ligado ao estatuto de subalternidade a que têm estado sujeitas, na generalidade das culturas, profundamente marcadas pelo poder masculino e consequente persistência de discriminação das mulheres.
A valorização do “ter” em detrimento do “ser” tem perpetuado e cultivado através dos tempos e nas diferentes sociedades a relação de dominância de género. A violência gerada por esta relação de desigualdade entre homens e mulheres tornou-se um problema social presente tanto na esfera familiar quanto na pública, não importando a condição, estrato social ou económico a que a mulher pertença.
A violência física, sexual, psicológica, económica, social e cultural a que as mulheres têm sido sujeitas por parte de pais, maridos, irmãos, filhos, parceiros de trabalho, chefias hierárquicas e poderes instituídos em geral tem-se agravado sempre que as condições contextuais pioram.
O desespero e insegurança a todos os níveis são um caldo de cultura ideal para incubação do “ovo da serpente”, uma oportunidade para a parte negra de cada indivíduo emergir, trazendo à tona o pensamento reptiliano da natureza humana e, com ela, todo o tipo de ressentimentos, frustrações e problemas mal resolvidos, que acabam sendo canalizados para atos de violência exercidos sobre o agregado familiar e em particular sobre mulheres.
Concordando com a opinião de Mogherini (2018), enquanto não existir uma sociedade justa e igualitária, dificilmente a violência contra as mulheres será erradicada.
A violência contra as mulheres e a violência doméstica é crime público e uma responsabilidade coletiva. Ligue 800 202 148 ou envie uma SMS para o 3060
É importante terminar com este flagelo.